NatEm uma cidade muito pequena no Canadá, no porão de uma igreja temos uma quase falida estação de rádio comandada por Grant Mazzy (Stephen McHattie) junto com outras duas colegas onde todo dia parece sempre ser o mesmo dia. Com uma garrafa de álcool e muito tédio, ele tem um correspondente que é seu “eye in the sky”. Ao invés de um helicóptero, é uma pessoa com um binóculos. Este parceiro de cobrir a cidade começa a relatar passagens estranhas. Assim como as próximas ligações de outras pessoas.
A produtora Laurel (Georgina Reilly) descobre que houve uma explosão no prédio onde um médico trabalha e foram avistados carros militares e muita movimentação. O quanto isso deve ser reportado em tempo real para os ouvintes? Com quem eles irão checar os fatos? Além disso ela e a técnica Sydney (Lisa Houle) precisam estar atentas às palavras de Grant, por não ter papas na língua e dizer o que bem entender, como quiser.
Dependendo do contato com o mundo exterior, os personagens começam a perceber que de fato há algo de errado acontecendo lá fora. Com a chegada repentina do Dr. Mendez (Hrant Alianak), eles descobrem o caos ainda maior lá fora. E talvez, mesmo dentro de um estúdio pequeno e isolado, eles não estejam a salvo.
Tony Burgess adaptou seu livro “Pontypool Changes Everything” para um roteiro muito inteligente e criativo, transformado e dirigido por Bruce Mcdonald. Nesta parceria temos um filme de zumbi que utiliza da mídia e sua responsabilidade para tecer sua crítica. Dependendo totalmente nos diálogos, palavras e uso delas como o tempero principal desse longa que está para além do claustrofóbico, atingindo um nível de tensão e condução raríssimo de se ver em tela.
Mesmo com toda a explicação de como as coisas acontecem e funcionam, não somos espectadores colocados como burros. Toda a linguística e raciocínio mostram o quanto e um filme inteligente e nos convida sermos parceiros nessa provocação de questionamento. Somos testemunhas mas nos sentimos parceiros de causa&luta.
Filmado em único cenário e dependendo da entrega das falas e do áudio, consegue ser extremamente tenso e aterrorizante. Quando temos gore conseguimos ainda ser surpreendidos. E este é um filme de gratas surpresas do começo ao final. Principalmente pela atuação do veterano Stephen McHattie. Um longa que faz muito, com pouco. Daqueles que cada assistida são notados novos detalhes, acrescentando ainda mais à experiência.
Com sua estreia em maio de 2009, Pontypool é uma aula sobre narrativa, crítica e criatividade. Principalmente quando falamos de zumbis, um elemento já desgastado pela cultura. Ainda atual e uma boa pedida, pode te deixar sem palavras. E será pelo seu bem.
Nome: Pontypool
Direção: Bruce Mcdonald
Roteiro: Tony Burgess
Elenco: Stephen McHattie, Lisa Houle, Georgina Reilly, Hrant Alianak, Rick Roberts,
Ano de Lançamento: 2009