A vida das mulheres que usam aplicativos de relacionamentos, já é um pesadelo por si. Mas em Drop: Ameaça anônima, isso é levado à um patamar de outro nível. Violet (Meghann Fahy) é viúva e mãe solo, que depois de tempos, é a primeira vez que se permite sair num encontro com Henry (Brandon Sklenar) que é muito melhor pessoalmente do que ela imaginava. Porém durante o jantar, ela começa a receber notificações e mensagens anônimas em seu celular colocando em risco não só o date dos seus sonhos, mas também sua vida.

O longa é situado na maior parte do tempo no restaurante chique em algum alto andar de um prédio comercial. A troca de mensagens nos faz acompanhar a sensação de ser constantemente vigiada da protagonista, que mal consegue ir ao banheiro sem ter tudo narrado por quem a persegue. Ficamos observando ao redor nas cenas para tentar descobrir quem é, enquanto os detalhes e tensão são colocados a cada minuto.Drop': Christopher Landon on 'Red Eye,' Wes Craven Inspirations

Seu perseguidor parece estar o mais perto possível e mostra que não poupará ninguém para que a protagonista o dê a devida atenção. Ele quer controlar como ela deve se comportar no encontro, o que deve ou não fazer ou até com quais funcionários interagir. Como tentar pedir ajuda se há olhos por todos os lugares? Em quem confiar num local em que todos são desconhecidos e potenciais perpetuadores de violência? Como desvendar sozinha esse mistério, se proteger e salvar ao mesmo tempo?

A crítica ao uso das tecnologias e como ela pode tornar-se nossa inimiga, é feita sem sutilezas e evidencia como o perigo é ainda maior para nós mulheres. Aqui a protagonista enfrenta diversos dilemas morais, desenvolvendo um pouco mais de sua personalidade. O ritmo e o roteiro se sustentam nos dois primeiros atos e no último ao acrescentar elementos fora do tom, perde sua força inclusive narrativa. Faz escolhas que são suas próprias inimigas em seus passos finais.DROP is a hilariously fun first-date thriller—just don't expect to be scared - The SunBreak

Já que quase toda a trama depende de Violet reagindo ao seu celular, este filme nada seria sem a atuação e condução de maestria de Meghann Fahy. Há uma entrega total de acordo com o roteiro, provando que nuances nunca serão problema para a atriz premiada que carrega o filme nas costas. Veríamos ainda mais deste potencial se o filme seguisse pelo caminho do trauma passado e profissão de terapeuta da protagonista, mas cairia em contradição já que seu foco é realmente ser um thriller de um momento pontual e direto.

Drop é um thriller inteligente que trabalha em sua maior parte, muito bem com os elementos, críticas e colocações para uma realidade muito palpável em tela mas que não duvidamos de sua veracidade fora dela. A dificuldade da confiança e o desejo por criar conexões reais e de intimidade são contrapontos bem apresentados nas atuações.

Muitos investidores e nomes já conhecidos do horror possuem “uma mãozinha” na produção desse filme como Brad Fuller (The Purge), Jason Blum (M3GAN), e Michael Bay (A Quiet Place). Garantindo que o espectador com certeza saia com algum nível de perturbação pós filme. Nem que seja pela adrenalina ou dor nas costas de sentar na ponta do sofá.

O filme foi lançado pela Peacock em julho deste ano e tem na direção Christopher Landon (Happy Death Day). Compacto em seus 95 minutos, Drop vale a reflexão e a assistida, mesmo que descarrilhe numa acelerada final.

Drop (2025) - IMDb

Nome: Drop
Direção: Christopher Landon
Roteiro: Jillian Jacobs, Christopher Roach
Elenco: Meghann Fahy, Brandon Sklenar, Reed Diamond, Violett Beane, Jeffery Self, Jacob Robinson, Gabrielle Ryan
Ano de Lançamento: 2025

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